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O riso e a voz de Geraldo Padeiro

05/12/2007 00:00 671
O parlamento aparecidense está de luto. A tristeza da morte do vereador Geraldo Padeiro ainda toma conta dos corações dos companheiros de legislatura
O parlamento aparecidense está de luto. A tristeza da morte do vereador Geraldo Padeiro ainda toma conta dos corações dos companheiros de legislatura. Geraldo tinha trânsito livre com todos. As diferenças vistas em determinadas matérias e as partidárias nunca afastaram o vereador falecido da consideração dos demais. Geraldo foi um conquistador de amizades. Os corredores da Câmara estão sombrios, o plenário sabe que falta a figura simples, de riso expansivo e sempre pronto a colaborar com quem o procurasse. Estava entre os que menos faltam as sessões. Sempre dizia que amava vir para a Câmara e era aqui que se sentia mais ele. Quando não estava na Câmara estava metido por um dos bairros da cidade, atendendo a solicitação de moradores, em reuniões religiosas, comemorações, casamentos e aniversários. Geraldo era meio criança, amava gente reunida e comida de festa. Balas, doces, pudins e bolos eram os preferidos. Sempre lembrava que sabia fazer os bolos e pudins e por vezes discutia a receita com a dona da casa, quando esta havia feito os mesmos. Geraldo nunca se incomodou com a origem simples na cidade de Araçu. Foi lá, aos 15 anos, que se transformou em Geraldo Padeiro. Virava noite assando os pães, roscas e bolos. No menino já havia a tendência do homem, aproveitar a oportunidade para crescer. Assim tornou-se mestre no ofício e isso deu a ele o sonho de vir ser padeiro em Goiânia. Não veio para a Capital, veio para Aparecida de Goiânia. Geraldo dizia que o dinheiro não era suficiente para pagar aluguel em Goiânia. O destino o conduziu para o Setor Santa Luzia. O padeiro conquistador de amizade era também um buscador de soluções para o bairro. Sabia mobilizar o povo para a reivindicação e era habilidoso com os homens públicos para conquistar o que o bairro e a comunidade necessitava. Nascia o vereador. A própria comunidade sugeriu a candidatura e o homem que sabia aproveitar as chances que a vida lhe dava, embarcou na vida pública. Geraldo odiava a polêmica e amava a conciliação. Respeitava as opiniões adversas – por mais que o debate fosse acirrado estava sempre disposto a estender a mão ao oponente, ou a levar a sua de encontro à dele, quando esse antecipava a atitude. Geraldo foi um mestre na arte de perdoar e pedir perdão aos companheiros de parlamento. Era alegre, gostava de ser ouvido no que falava, então falava alto. Ria alto também. Nossa saudade tem sido tamanha que tem horas que a gente esquece o trágico acidente do dia 22 de novembro, lá no município de Gurupi, no Tocantins e acha que ele vai chegar a qualquer momento, soltando a voz e o riso pelos corredores. Quando recobramos os sentidos lembramos que ele não vem mais. Menos mal que o riso e a voz tão característicos ainda estão muito vivos nas nossas memórias.