O evento foi uma ação conjunta dos vereadores Tales de Castro e Tatá Teixeira
Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, 28/03/2025. A Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia realizou, na manhã desta segunda-feira, 28, audiência pública com o tema “Por uma Aparecida mais inclusiva: o Poder Legislativo e a população neurodivergente”. A iniciativa, proposta pelos vereadores Tales de Castro e Tatá Teixeira, reuniu representantes da sociedade civil, autoridades e lideranças comunitárias para discutir o fortalecimento das políticas públicas de inclusão.
A mesa de abertura contou com a participação dos vereadores propositores, da vereadora e procuradora da mulher na Câmara, Camila Rosa, do diretor do Instituto Nacional de Cidadania, Educação e Saúde Coletiva (INCESC), Wagner José Rodrigues, da coordenadora da Associação de Mães e Amigos de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (AMAG), Lévora Lima, da diretora do CAPS Infantil Alegria, Cristiane, e do diretor de Responsabilidade Social e advogado da Clínica Teia, Eliezer Rangel.
Durante o encontro, também integraram os debates a representante da Associação das Mães dos Autistas, Polyana Teixeira; a coordenadora de Saúde Mental do Município, Thatyane Mendanha; a representante da Secretaria Municipal de Educação, Aline Caixeta; a supervisora assistencial e psicopedagoga da Clínica Teia, Ana Beatriz Ribeiro e a diretora de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Kelly Ribeiro, representando o prefeito de Aparecida. Os vereadores Rogério Almeida e Lipe Gomes também participaram e manifestaram apoio às propostas apresentadas.
Entre os principais encaminhamentos da audiência, destacou-se a proposta da sociedade civil para a criação do Comitê Permanente da Pessoa com Autismo, com o objetivo de ampliar o diálogo entre famílias, associações e o poder público municipal.
Também foram enfatizadas a necessidade de fiscalização efetiva da Lei Berenice Piana, que assegura direitos às pessoas com Transtorno do Espectro Autista, e a reivindicação por atendimento prioritário em saúde mental para mães e pais atípicos.
O encontro foi marcado por relatos emocionados de mães de crianças autistas, como Lucélia Araújo, que reivindicou apoio para o transporte de crianças até Anápolis, onde muitos realizam tratamentos, e criticou o abandono das piscinas do Centro Olímpico de Aparecida de Goiânia. Ela também cobrou a inclusão efetiva dos alunos neurodivergentes nos programas de música do município.
Já Rafaela do Carmo, também mãe atípica, relatou as dificuldades enfrentadas para garantir o acompanhamento de seu filho na escola.
O diretor da Clínica TEIA, Eliezer Rangel, destacou a necessidade de que as políticas públicas para pessoas autistas sejam pensadas de forma integrada entre saúde, educação, cultura e assistência social. Para ele, a criação de ações intersetoriais é fundamental para romper a fragmentação dos serviços.
Em tempo, o maestro da Escola de Música de Aparecida, Francinaldo, informou que a instituição trabalha na elaboração de um projeto específico para o atendimento de crianças neurodivergentes. O objetivo é garantir um suporte pedagógico adequado e oferecer atividades inclusivas de forma estruturada.
Um dos momentos mais marcantes da audiência foi o depoimento emocionado de uma mãe, que sintetizou a urgência do tema ao clamar por ajuda.
"Para cuidar dos nossos filhos, nós estamos adoecendo."
O relato sensibilizou os presentes e reforçou a responsabilidade coletiva na construção de políticas públicas acolhedoras para as famílias neurodivergentes.
Em entrevistas após a audiência, os vereadores Tatá Teixeira e Tales de Castro sublinharam a importância de ouvir as famílias e os especialistas, ressaltando que “a verdadeira inclusão começa pela escuta atenta das necessidades reais da população”. Ambos prometeram empenho na tramitação das propostas surgidas do encontro, reforçando a necessidade de transformar o diálogo em ações efetivas.
“A nossa missão aqui é construir pontes, não muros”, afirmou Tales de Castro. Tatá Teixeira complementou: “Estamos ao lado das famílias, dos educadores e dos profissionais que lutam todos os dias pela inclusão. Nosso trabalho não termina hoje — apenas começou.”
Ao final, foram definidos os encaminhamentos e, entre as principais ações anunciadas, estavam a criação de um cronograma para garantir a presença de professores de apoio nas escolas, a constituição do Comitê Municipal Permanente de Apoio à Pessoa com Autismo e a exigência de capacitação contínua dos servidores das áreas de educação, saúde, esporte, assistência social e cultura.
Também ficou acordada a ampliação da Clínica-Escola TEIA, a realização de melhorias estruturais no CAPS Infantil Alegria e a articulação de políticas específicas de apoio psicológico às famílias atípicas. Além disso, serão desenvolvidos projetos de inclusão na Escola de Música e no Centro Olímpico, setores que também receberam importantes reivindicações durante a audiência.
Departamento de Comunicação (3283-2525)
Diretor de Comunicação – Lucas Alves
Assessor de Comunicação - Paulo Cavalcanti
Fotógrafo – Marcelo Silva